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Brasil detém 50% da população mundial de onças-pintadas; veja onde vivem e como evitar ataques
Rogerio Cunha/ICMBio

Nesta semana, o ataque de uma onça-pintada a um homem na região do Pantanal chocou o Brasil. Jorge Ávalos, de 60 anos, foi atacado por uma onça-pintada na última segunda-feira (21), em uma propriedade rural próxima a Aquidauana (MS). Seus restos mortais foram localizados na terça-feira (22) por policiais ambientais em uma toca localizada na mata. O animal estava no local e chegou a atacar um homem da equipe de resgatistas. 

A perícia de Mato Grosso do Sul está analisando o caso e ainda não se sabe o que aconteceu para a onça atacar Jorge. Dias antes, ele havia gravado vídeos no local, que fica à beira do Rio Miranda, mostrando a movimentação de duas onças. 

Ataques de onças-pintadas a humanos, porém, são raros, explicou o especialista Gustavo Figueiroa, biólogo e diretor da SOS Pantanal. “A onça-pintada não representa ameaça ao ser humano, elas são felinos reservados que evitam contato com as pessoas, a não ser quando há provocações ou interferência humana”, explica. “Ataques a seres humanos são extremamente raros”. 

O biólogo alerta que a presença das onças em biomas como o Pantanal são extremamente importantes para a biodiversidade e ainda, que o turismo de observação, como ocorre em algumas regiões do Pantanal ou da Amazônia, não é perigoso e é sempre acompanhado por especialistas. “O que ocorreu não é motivo para demonizar onças e as circunstâncias do ocorrido ainda estão sendo investigadas”.

O Brasil é o país que mais detém onças-pintadas no mundo. De acordo com o Instituto Onça-Pintada, estima-se que mais de 50% de todas as onças-pintadas vivem no país, mas é uma população fragmentada, que vive em vários biomas, sobretudo na região amazônica. Um estudo inédito publicado na revista científica holandesa Biological Conservation, publicado após 15 anos de observação e acompanhamento desses animais, apontou que existem 6,3 mil animais na Amazônia.

Os pesquisadores chegaram a este número por meio de câmeras de movimento instaladas nas matas, que permitem o monitoramento remoto das onças-pintadas. Guilherme Costa Alvarenga, autor do artigo, ainda explica que as pintas das onças são como uma impressão digital e cada animal tem um padrão de pintas.

O estudo envolveu a colaboração de 23 organizações científicas, como o WWF Brasil e o Instituto Mamirauá, e apontou que a média geral de onças no bioma é de 3,08 onças por 100 km², com variações significativas entre as regiões. Na região da Reserva Biológica de Cuieiras, a densidade populacional de onças foi de 0,6 animal por área enquanto na Reserva Sustentável Mamirauá, há em torno de 10 onças a cada 100 km².

Mas não é só na Amazônia que elas habitam. No Brasil, há onças-pintadas no Cerrado (região que engloba o Pantanal, onde houve o ataque nesta semana), Mata Atlântica e Caatinga. A onça-pintada não habita o bioma Pampa, mais ao sul do Brasil. De acordo com o Instituto Onça-Pintada, elas gostam de ficar às margens dos rios.

O que fazer ao dar de cara com uma onça-pintada?

Encontrar uma onça-pintada não é algo tão comum, mas em locais onde há rios e mata, é possível sim dar de cara com ela! Médicos veterinários do Programa Felinos Pantaneiros, mantido pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), explicam o que se deve fazer para prevenir ataques desses animais.

Com base nos estudos comportamentais desses animais e do conhecimento de campo de pantaneiros e pantaneiras, o IHP estabeleceu algumas regras importantes que a população deve seguir no caso de um encontro inesperado com esse tipo de felino:

  • Verifique se há avistamentos recentes de onça-pintada ou onça parda na região (antes de ir para o local);
  • Se possível, não caminhar pela região sozinho;
  • Caso suspeite de rastros que indiquem pegada de onça, faça barulho pelo caminho ou evite o trajeto;
  • Evite chegar perto da carcaça de animais mortos, principalmente se não houver urubus presentes no local;
  • Locais onde ocorrem a “ceva” (hábito de alimentar animais para fazê-los aproximarem) devem ser evitados porque trazem grande risco de conflito com as onças, bem como denunciados à Polícia Militar Ambiental;
  • Verifique possíveis rastros como pegadas, ou até fezes, e se esses detalhes sinalizam serem frescos ou antigos;
  • Evite a aproximação ao topar com o animal e mantenha a maior distância possível até que saia do contato visual;
  • Se você estiver frente a frente com uma onça, não se vire e não corra – esse comportamento remete a de uma presa;
  • Estando frente a frente, mantenha contato visual e procure distanciar-se andando para trás sem movimentos bruscos;
  • Onças com filhotes tendem a ser defensivas, o mesmo ocorre quando estão em período de acasalamento;
  • Depois que a onça sair do contato visual espere por um período médio para continuar o trajeto.
Fonte: Band.
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