
Documentos acessados pelo Brasil Urgente revelam policiais envolvidos na escolta e assassinato de Vinícius Gritzbach queriam fazer negócios com ele. A proposta seria a construção de um prédio na Baixada Santista, litoral de São Paulo.
Prints de mensagens de WhatsApp mostram como policiais militares investigados pelo assassinato de Gritzbach conversavam sobre como poderiam fazer negócios com o delator do PCC e lucrar com seus esquemas de lavagem de dinheiro.
Gritzbach era querido entre traficantes do PCC por um motivo simples: ele era o responsável por multiplicar a fortuna deles e tornava o dinheiro sujo, do tráfico internacional de drogas, e de crimes dos mais variados, em dinheiro limpo.
Proposta dos policiais
Giovanni de Oliveira Garcia, um oficial da polícia militar, descobriu um negócio lucrativo: oferecer escolta para empresários, traficantes e operadores financeiros do PCC. Entre eles, Gritzbach. O negócio pagava R$ 400 para um plantão de cada PM que atuava na segurança do homem que viria a ser o maior inimigo da máfia das drogas.
Fernando Genauro da Silva, também oficial da PM, é ligado diretamente ao assassinato de Vinícius Gritzbach no maior aeroporto do Brasil, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Ele é apontado pelo DHPP como o motorista do carro em que os atiradores estavam.
Uma conversa de WhatsApp liga os dois tenentes. Garcia, chefe da escolta da vítima, e Genauro, o assassino. As conversas estavam registradas no inquérito da Corregedoria da polícia militar, que investiga o ataque no aeroporto.
Construção de prédio policial no Guarujá
O tenente Genauro chama o homem que ele mataria de “Vini”. Garcia oferece uma proposta de investimento, a construção de um prédio comercial no Guarujá, litoral de São Paulo. Garcia diz que é de “100% a chance de Vinícius aceitar o negócio” e afirma “ele desenrola até semana que vem”.
Mas Garcia alerta: “o cara está com medo de passar para o nome de Vini e o cigarreiro ficar sabendo que ele ajudou”. Cigarreiro é Emílio Gongorra Castilho, inimigo de Vinícius e acusado de ser mandante da execução do delator do PCC.
Para a corregedoria, os pms não tinham lado e faziam jogo duplo e trabalhavam para quem pagasse mais. Além dos três presos por participação direta no assassinato no aeroporto, outros 13 estão presos por envolvimento na escolta de um criminoso, mas não está descartada a possibilidade de que de alguma forma tenham facilitado a ação no aeroporto.
O Brasil Urgente revelou que, logo após o crime, o tenente Genauro comprou uma Mc Laren. O documento traz provas de que o carrão de luxo bi turno, ano 2019, avaliado em R$ 2,8 milhões, seria pago em 11 parcelas de R$ 200 mil, com desconto. Fernando Genauro segue preso preventivamente.